Ely Trindade recusa-se a transigir com mercadores educacionais que não preparam cidadãos ou com qualquer tipo de educação. A ele importa a Educação pública de qualidade, a que faz da escola um instrumento de transformação de crianças em cidadãos. Para ele “[…] é imprescindível que seja prestada educação de qualidade a todas as pessoas. Isto significa prover educação que proporcione desenvolvimento pessoal, com instituição dotada de comportamentos voltados à prática da cidadania e dos valores democráticos” ( cf. p. 13). […] Para abordar o assunto do seu livro, Ely Trindade recorre a notáveis pensadores. Dentre eles, Hannah Arendt, fecunda pensadora que tratou a Educação como poucos no seu luminoso texto “A Crise da Educação” (Cf. Entre o passado e o futuro). A criança é o que importa, diz ela, porque é futuro. Esse futuro é moldado na escola por educadores responsáveis pela transmissão dos valores do mundo (comunidade). A comparação que ela faz entre ser professor e educador é invencível, tocante. Dada a nobreza e a dignidade com que é tratado o Educador, por consequência, todo aquele que ensina, sente-se compelido a vir a ser Educador. Outros autores importantes, nessa relação, são: Rousseau (Emílio ou da Educação) precursor da pedagogia nova; Thomas Marshall, responsável pela elaboração de uma teoria dos direitos sociais que considera a Educação o mais importante desses direitos; John Dewey, cuja proposta pedagógica penetra com proficiência no trabalho em tela. […] os meus cumprimentos ao autor por ter se dedicado a assunto tão importante e urgente, por tê-lo feito de modo excepcional e, especialmente, por ter demonstrado o seu imenso compromisso com o direito dos outros. Eis um livro pensado com vagar, feito com admirável olhar humano, pensando de modo plural e inclusivo. Na verdade, uma obra sobre Educação ou a respeito de como educar. (Do prefácio do Prof. Fredys Orando Sorto)