As crônicas deste livro nos despertam para os sentimentos mais variados, como alegria, espanto, surpresa, pequenas decepções e, sobretudo, bom humor, o que torna a leitura leve e, muitas vezes, sem que possamos perceber, nos coloca um sorriso no lábio que pode evoluir ainda para uma boa gargalhada. Mas não se engane, porque não raro, o riso se transforma em esgar, um susto, mas nem por isso menos divertido. Há também - como é apropriado ao gênero - uma grande compilação de fatos e personagens reais, muitas vezes, o próprio narrador (escritor deste livro), seus familiares e amigos aprecem num ou outro texto, que de tão saborosos lemos como crônica e ouvimos como "causos", daqueles em que os insights nos chegam nos detalhes, no mínimo, no escondido, naquilo que inicialmente pode não significar nada, mas, com uma palavra aqui, outra ali, uma lembrança, uma identificação absolutamente humana, nos coloca em estado de observação pessoal, como se estivéssemos nós mesmos - leitores - ali, a acompanhar as histórias e estes personagens bem de perto, ou ainda ouvindo-as em volta de uma fogueira, em uma noite serena, numa casa de campo em Santo Antônio do Jardim. Nestes textos de Frans Bedê não há pompa literária, nem exageros, e por isso mesmo, nada é chato. Temos uma "fala fresca e agradável", como bem dizia que todos deveriam escrever as crônicas, um dos nossos maiores: Machado de Assis. Foi um grande prazer ler e editar estas crônicas. Prazer este que agora divido com você, leitor deste livro que, tenho certeza, servirá de fonte inspiradora, não só para futuras leituras e reflexões, mas também de vida, de amor, carinho e respeito com que Frans Bedê trata seus familiares, amigos, cachorros, lugares, músicas, e tudo aquilo que gosta. Tudo isso, claro, sem perder o bom humor.