Toda a Ciência, ou ainda, todo o saber elaborado pelo ser humano tem sido até hoje uma busca da compreensão de relações entre fatos. Toda explicação ou teoria sobre fatos reflete um paradigma, uma maneira de interpretar o mundo ou um modelo de realidade que se faz dominante no pensamento humano, em determinada época. Por isso, teorias e explicações sempre podem ser modificadas, aperfeiçoadas, completamente reformuladas ou inteiramente descartadas, dando lugar a novas explicações para os fenômenos naturais, sociais e psicológicos. A interpretação considerada absurda hoje pode vir a ser de uso corrente amanhã. Isso porque, à medida que ampliamos nossos conhecimentos e nossa maneira de olhar a realidade, muda também nossa compreensão e entendimento a respeito dessa realidade. Fenômenos ou fatos ainda desconsiderados por cientistas embebidos no atual paradigma mecanicista são, contudo, objeto de atenção de uma parte importante da comunidade científica que busca, ao coletar fatos, estabelecer elementos de semelhança e atuação, bem como uma maneira de interpretar tais fenômenos, ainda que essas interpretações ponham em cheque o alcance e poder de predição do paradigma dominante. Foi o que ocorreu, por exemplo, com o estudo do universo atômico e da luz, e dos grandes corpos celestes, no início do século XX, e é o que acontece ainda com a estranha fenomenologia denominada Poltergeist.